UFPI celebra cooperação técnica com o MP Piauí e recebe equipamentos para o LASIDRA
Publicado: 03/06/2025 17:03
Atualização mais recente: 03/06/2025 17:03
Encontro aconteceu no MPPI
Diante das crescentes mudanças climáticas e do aumento dos desastres naturais, torna-se imprescindível investir na prevenção desses problemas, a fim de construir estratégias eficazes de mitigação e até mesmo evitar calamidades causadas por ocorrências ambientais mais severas. Tendo isso em vista, na manhã desta terça-feira (3/6), a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) assinaram um acordo de cooperação técnica, além de receber equipamentos para o Laboratório de Simulações de Drenagens e Represas (LASIDRA). A apresentação do Laboratório ao MPPI, que contou com presença da reitora Nadir Nogueira, foi conduzida pelo professor Jean Prost Moscardi, pesquisador que desenvolveu o estudo e docente do Departamento de Recursos Hídricos da Universidade.
Reitora da UFPI, Nadir Nogueira
Os equipamentos obtidos tratam-se de computadores, nobreaks, dispositivos televisores e outras ferramentas essenciais para a manutenção do LASIDRA. Segundo Nadir Nogueira, reitora da UFPI, as múltiplas possibilidades cruciais para a proteção dos cidadãos são oferecidas por meio do projeto. “A gente já identifica aqui que não se trata apenas de fazer um diagnóstico ou um monitoramento, mas também de apoiar a tomada de decisão pelos gestores, com foco em mitigar e tentar controlar eventuais danos à população e aos bens materiais. Em um momento de mudanças climáticas, esse programa vem para somar e ajudar o Ministério, além de contribuir para que a Universidade Federal do Piauí cumpra sua missão, que é cuidar e proteger a sociedade”, enfatizou.
Procurador-geral de Justiça do Piauí, Cleandro Moura
O procurador-geral de Justiça do Piauí, Cleandro Moura, reconheceu a necessidade do projeto, reafirmando o compromisso do MPPI e sua parceria com a Universidade. “É de suma importância, até porque se trata de um sistema desenvolvido pela UFPI que envolve tanto a drenagem urbana quanto a segurança de barragens. O Ministério Público, por meio do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, atuará nessa parceria destinando recursos por meio Acordos de Não Persecução Penal (ANPP) e de Não Persecução Civil (ANPC), para que esse sistema seja continuamente aperfeiçoado. A intenção é possibilitar o levantamento de áreas de inundação e, a partir disso, cobrar dos entes municipais a adoção de medidas que previnam alagamentos, riscos à vida e danos ao patrimônio da população”, declarou.
Coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente (CAOMA), Áurea Bezerra Madruga
Áurea Bezerra Madruga, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente (CAOMA), foi a responsável por intermediar a ação conjunta entre as duas entidades. De acordo com ela, o LASIDRA irá ajudar no planejamento urbano, bem como nas articulações de prevenção a nível regional. “Um instrumento como esse vem a somar, trazendo aos municípios a necessidade de um planejamento urbano. Por essa ferramenta nós podemos saber quais são as áreas mais vulneráveis, o que os municípios podem fazer para prevenção e atuação conjunta, não como uma forma de uma cobrança ou condenação, mas de uma forma de estruturar o município com sua defesa civil e organização, para que não tenhamos tantos danos ambientais e sociais”, informou.
Professor Jean Prost durante apresentação de projeto no MPPI
O estudo desenvolvido pelo professor Jean Prost Moscardi tem como objetivo o aperfeiçoamento do software Hec-Ras, criado pelo Exército dos Estados Unidos e amplamente utilizado em engenharia hídrica. A ferramenta permite modelar o fluxo de água em canais abertos e calcular perfis de superfície da água com base em diferentes cenários, como chuvas intensas, rompimentos de barragens ou alterações no sistema de drenagem urbana. Dentre os progressos feitos até o momento, está a inserção de quarteirões com o objetivo de, por exemplo, representar o escoamento de áreas urbanas de maneira mais fidedigna. A pesquisa também realizou estudos de barragens no Piauí e na Bahia, ajudando na compreensão. O laboratório foi criado a partir de uma ação conjunta entre a Universidade e o Ministério Público Estadual.
Equipamentos entregues para o LASIDRA
Atualmente, cada processamento pode chegar a demorar quase uma semana, obtendo precisão de 70 a 95%. Para o professor Jean Prost Moscardi, os equipamentos recebidos irão ajudar no trabalho a ser feito. “Esses equipamentos aceleram muito o processamento. Atualmente, levamos de três a cinco dias para processar os dados. A nossa ideia é reduzir esse tempo para dois a três dias. Esse aumento no poder de processamento nos ajuda significativamente, permitindo não só maior agilidade, mas também um refinamento nos resultados. Com isso, conseguimos oferecer dados mais precisos, os quais hoje, pelos computadores que nós temos, não nos permite dar uma resposta com talvez uma precisão tão grande quanto necessária que o Ministério Público nos anseia”, explicou.
Também estiveram presentes: Larissa Mendes, pró-reitora de Administração; Mayra Fernandes Nobre Moscardi, coordenadora de sustentabilidade ambiental; Alexandre Rodrigues, diretor de governança da Pró Reitoria de Orçamento e Planejamento (PROPLAN); Francisco Eduardo Lopes Viana, coordenador de Perícias e Pareceres Técnicos do MPPI e Larissa Raquel Teixeira Alves, chefe da divisão de Convênios do MPPI.
