Taxa de analfabetismo é de 13,8% em 2024 no Piauí — Assembleia Legislativa do Piauí
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (13), novas informações acerca da educação brasileira, coletadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), referentes ao ano de 2024. Essas informações poderão subsidiar os governos em suas políticas públicas, visando aperfeiçoar cada vez mais o ensino no país.
No Piauí, em 2024, a taxa de analfabetismo foi de 13,8%, uma elevação de 0,5 ponto percentual em relação à taxa de 13,3%, registrada em 2023. Além do Piauí, outros 4 estados também apresentaram um aumento na taxa de analfabetismo: Ceará (+0,2 p.p.), Alagoas (+0,1 p.p.), Paraná (+0,1 p.p.) e Distrito Federal (+0,1 p.p.). Outros 4 estados apresentaram estabilidade na taxa de analfabetismo e 18 estados apresentaram redução na taxa de analfabetismo. No Brasil, a taxa de analfabetismo foi de 5,3% em 2024, queda de 0,1 ponto percentual em relação a 2023.
Observando-se a taxa de analfabetismo no Piauí por grupos etários, percebe-se que em 2024 houve aumento no analfabetismo em todos os grupos etários da população, exceto no grupo populacional de 60 anos ou mais de idade, que registrou redução, tendo passado de 35,5% em 2023 para 33,2% em 2024, uma queda de 2,3 pontos percentuais. Nos grupos populacionais mais jovens observaram-se os seguintes aumentos na taxa de analfabetismo no estado: a) 18 anos ou mais de idade passou de 14,0% para 14,5%; b) 25 anos ou mais de idade aumentou de 16,3% para 16,7%; e c) 40 anos ou mais de idade passou de 23,2% para 24,5%. É interessante ressaltar que, na série histórica da pesquisa desde 2016, observou-se uma redução contínua na taxa de analfabetismo da população dos grupos etários mais jovens em todos os anos, exceto em 2024 com um retorno da elevação.
Analfabetismo aumenta entre pretos e pardos e diminui entre brancos
Merece destaque o fato de que o aumento na taxa de analfabetismo no Piauí restringiu-se à população de cor preta e parda, enquanto a população branca apresentou redução no analfabetismo. A taxa de analfabetismo para a população de cor preta e parda saltou de 13,8% em 2023 para 14,7% em 2024, aumento de 0,9 ponto percentual. Já entre a população de cor branca, a taxa de analfabetismo passou de 11,1% em 2023 para 10,2%, diminuição de 0,9 ponto percentual.
Analfabetismo aumenta para ambos os sexos
O aumento na taxa de analfabetismo registrado no Piauí em 2024 também foi observado para ambos os sexos. Para os homens, a taxa de analfabetismo passou de 14,8% em 2023 para 15,6% em 2024, aumento de 0,8 ponto percentual. Já para as mulheres, a taxa de analfabetismo passou de 11,8% em 2023 para 12,1% em 2024, incremento de 0,3 ponto percentual.
No Piauí, a taxa de 13,8% de analfabetismo para a população de 15 anos ou mais de idade foi a segunda maior entre os estados da federação, ficando abaixo apenas da registrada para Alagoas, com 14,3%. As menores taxas de analfabetismo ficaram com o Distrito Federal (1,8%), Santa Catarina (1,9%) e Rio de Janeiro (2,0%). A taxa de analfabetismo do Piauí ficou 8,5 pontos percentuais acima da taxa registrada para o Brasil, que foi de 5,3%.
O Plano Nacional de Educação – PNE, instituído pela Lei n. 13.005, de 25.06.2014, estabeleceu, em sua Meta 9, a redução da taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais de idade para 6,5% até 2015 e sua erradicação até 2024. Contudo, observou-se em 2024 que a taxa de analfabetismo no Brasil foi de 5,3%, confirmando o cumprimento da meta intermediária, mas não da meta final de erradicação em 2024. O Piauí, com sua taxa de analfabetismo de 13,8% em 2024, não conseguiu atingir a meta intermediária nem a meta final. Em 2024, no Brasil, 16 unidades da federação apresentaram uma taxa de analfabetismo igual ou abaixo da meta intermediária de 6,5%.
Cerca de 15% da população piauiense de 25 anos ou mais de idade tem nível superior de ensino, terceiro maior indicador da Região Nordeste
Em 2024, no Piauí, um total de 15,3% das pessoas de 25 anos ou mais de idade possuíam nível de superior de ensino, o que posicionava o Piauí com a terceira maior proporção entre os estados nordestinos, abaixo apenas do Rio Grande do Norte (17,5%) e de Sergipe (15,4%). Em 2016, início da série histórica desse levantamento, 10,7% das pessoas de 25 anos ou mais de idade no Piauí tinham nível superior de ensino, o que representa um crescimento de 4,6 pontos percentuais até 2024. Em termos quantitativos, no Piauí, em 2016, cerca de 206 mil pessoas possuíam nível superior de ensino, tendo saltado para 323 mil pessoas em 2024, um aumento de 57% no período.
As pessoas de cor preta e parda no Piauí apresentam uma menor proporção de graduação em nível superior que as de cor branca. Em 2024, um total de 216 mil pessoas de cor preta ou parda, de 25 anos ou mais de idade, possuía nível superior de ensino, o que representava 12,9% das pessoas pretas e pardas no estado. Por sua vez, um total de 105 mil pessoas, o que representava 25,1% das pessoas brancas, possuíam nível superior, praticamente o dobro da proporção observada entre a população preta e parda no estado.
No Brasil, em 2024, um total de 20,5% da população de 25 anos ou mais de idade possuía nível superior de ensino, 5,2 pontos percentuais acima do registrado no Piauí (15,3%). Entre as unidades da federação, os maiores indicadores ficaram com: Distrito Federal (38,9%), São Paulo (25,9%) e Rio de Janeiro (25,5%). Os menores indicadores ficaram com: Maranhão (12,5%), Bahia (13,6%) e Ceará (13,9%).
Mulheres e pessoas brancas possuem mais anos de estudo no Piauí
Em 2024, no Piauí, 43,2% das pessoas de 25 anos ou mais de idade possuíam 12 anos ou mais de estudo. Essa proporção, inclusive, é a menor entre todos os estados do país. Contudo, essa proporção não era igual para homens e mulheres. No estado, 47,9% das mulheres registraram 12 anos ou mais de estudo, enquanto para os homens essa proporção era de 38,2%, uma diferença de 9,7 pontos percentuais. Entre as pessoas sem instrução ou com menos de 5 anos de estudo, a situação se invertia e os homens apresentavam maior proporção que as mulheres, com 29,3% para os homens e 22,9% para as mulheres.
Distribuição percentual das pessoas de 25 anos ou mais de idade (%) por grupo de anos de estudo e por sexto Piaui 2024
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Grupos de anos de estudo
Sexo
Total
Homens
Mulheres
Sem instrução ou menos de 5 anos
26,0
29,3
22,9
5 a 8 anos
19,3
20,3
18,3
9 a 11 anos
11,6
12,2
11,0
12 anos ou mais
43,2
38,2
47,9
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual – 2º trimestre
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No tocante à cor ou raça da população, no Piauí, 50,5% das pessoas brancas possuíam 12 anos ou mais de estudo, enquanto que para as pessoas pretas ou pardas essa proporção chegava a 41,5%, uma diferença de 9 pontos percentuais. Entre as pessoas sem instrução ou com menos de 5 anos de estudo, a situação se invertia e as pessoas de cor preta ou parda apresentavam uma maior proporção que as pessoas brancas, com 22,3% para as pretas ou pardas e 16,8% para as brancas.
Distribuição percentual das pessoas de 25 anos ou mais de idade (%) por grupo de anos de estudo e por cor ou raça Piauí 2024
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Grupos de anos de estudo
Cor ou raça
Total
Branca
Preta ou
parda
Sem instrução ou menos de 5 anos
21,2
16,8
22,3
5 a 8 anos
19,0
16,6
19,6
9 a 11 anos
16,5
16,1
16,6
12 anos ou mais
43,3
50,5
41,5
Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual – 2º trimestre
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No Brasil, 56,4% das pessoas de 25 anos ou mais de idade têm 12 anos ou mais de estudo. Da mesma forma que no Piauí, essa proporção é maior entre as mulheres que entre os homens. Assim, essa proporção chega a 58,2% para as mulheres e 54,4% para os homens. No tocante a cor ou raça, as pessoas brancas têm maior proporção de 12 anos ou mais de estudo que as pessoas pretas ou pardas. Assim, 63,8% das pessoas brancas têm 12 anos ou mais de estudo, enquanto a proporção para as pessoas pretas ou pardas atingiu 50,5%.
Fonte: IBGE