Livro Viva a Várzea – Segundo Tempo / Reprodução
O paulistano Charles Miller retornou a São Paulo em 1894 após sua formação na Inglaterra, trazendo consigo duas bolas e as regras do futebol. Em 14 de abril de 1895, ocorreu na Várzea do Carmo, na região central paulistana, a primeira partida de futebol reconhecida no Brasil.
Naquele jogo, o time dos ferroviários da São Paulo Railway Company, onde Miller jogava, venceu os operários da Gaz Company of São Paulo pelo placar de 4 a 2. A partir desse momento, começaram a surgir os primeiros clubes, compostos majoritariamente por homens da elite, enquanto a população de baixa renda jogava em campos improvisados. A expressão “futebol de várzea” surgiu nas áreas alagadiças da Várzea do Carmo e em outros campos ao longo dos rios de São Paulo, representando as competições amadoras no país.
Os campos de várzea, que se tornaram cada vez mais escassos nas grandes cidades, foram o berço de muitos craques desde o século 20. Com a profissionalização do futebol iniciada na década de 1930, o termo “varzeano” passou a estar associado aos jogadores amadores, muitas vezes de forma pejorativa.
Lançamento de livro
Um grupo de orgulhosos varzeanos está lançando o livro Viva a Várzea – Segundo Tempo (Ba Editora). A sessão de autógrafos ocorrerá no dia 15 de abril, a partir das 18h, no Chalé da Praça XV, em Porto Alegre. Este livro reúne 16 autores e relata histórias de competições como a Copa Ajax, a Copa Paquetá e o Campeonato Praiano.

Ba Editora / Divulgação
Seguindo o primeiro volume de Viva a Várzea, lançado no ano passado, o Segundo Tempo inclui relatos de várzeas fora do Rio Grande do Sul e dá mais espaço para o futebol feminino. A nova publicação explora episódios intrigantes, como a goleada do Tamoyo, de Viamão, sobre um adversário russo, e as lembranças do invencível time do Ararigbóia, de Porto Alegre.
Os varzeanos responsáveis por compartilhar essas histórias incluem Ajax Barcellos, Caio Augusto Klein, Dante Turra Filho, Eduardo Alvarez Rodriguez, Eduardo Battaglia Krause, Felipe Vieira, Flávio Dutra, Juarez Fonseca, Leonardo Contursi, Luciane Lauffer, Mario de Santi, Michelly Nunes Santos, Piero D’Alascio, Sérgio Kaminski, Tadeu Oliveira e Vicente Dattoli. O prefácio foi escrito pelo jornalista João Bosco Vaz, e o design gráfico é de Antônio Luzzatto.