Piauí tem 32 empregadores na nova “Lista Suja” do trabalho escravo
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou nesta semana a lista atualizada de empregadores flagrados submetendo trabalhadores a condições análogas à escravidão. Conhecida como “Lista Suja do Trabalho Escravo”, a relação é atualizada duas vezes ao ano e nesta edição traz 745 nomes em todo o país, sendo 32 localizados no estado do Piauí.
CINCO EMPREGADORES FORAM INCLUÍDOS
Segundo os dados oficiais, cinco novos empregadores do Piauí foram adicionados à lista nesta atualização. Ao todo, os 32 registros piauienses representam 295 trabalhadores resgatados.
As atividades onde mais ocorreram casos incluem:
– Pedreiras (maior incidência)
– Carnaubais
– Fazendas
– Trabalho doméstico
LISTA SUJA DO TRABALHO ESCRAVO: O QUE E COMO FUNCIONA?
O Cadastro de Empregadores reúne pessoas físicas e jurídicas que foram responsabilizadas por manter trabalhadores em situação degradante, conforme definido por lei. A inclusão na lista não é automática:
1. O empregador é autuado após fiscalização.
2. Um processo administrativo é aberto.
3. A inclusão na lista ocorre somente após decisão final, sem possibilidade de recurso.
Os nomes permanecem no cadastro por dois anos, de acordo com a Portaria Interministerial que regulamenta a Lista Suja (art. 3º).
Para o procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador regional de Combate ao Trabalho Escravo no Ministério Público do Trabalho – 22ª Região (MPT-PI), a lista é uma ferramenta importante para dar mais transparência em relação aos empregadores que submetem trabalhadores a situação de escravidão.
“Temos intensificado as fiscalizações e conseguido reduzir bastante o número de trabalhadores resgatados. No entanto, ainda há aqueles que insistem em reduzir trabalhadores a condições de escravos e eles devem ser punidos porque isso é crime. É uma grave violação de direitos e o Ministério Público do Trabalho está atuando, juntamente com outros órgãos, para coibir e punir essa prática”, pontuou.
O procurador lembrou que o **número de resgatados caiu de 180, em 2022, para apenas 14 em 2024**, demonstrando o avanço nas ações preventivas.
CIDADES PIAUIENSES COM CASOS REGISTRADOS
Os trabalhadores em condições análogas à escravidão foram encontrados em 27 municípios do Piauí. São eles: Flores, Canto do Buriti, Jerumenha, Castelo do Piauí, Elizeu Martins, Batalha, São João da Serra, Uruçuí, Isaías Coelho, Monte Alegre do Piauí, Campo Maior, Altos, Currais, Regeneração, Amarante, Gilbués, Teresina, Buriti dos Lopes, Boa Hora, Piripiri, Piracuruca, Monsenhor Gil, Rio Grande do Piauí, Palmeira, Cajueiro da Praia e Itainópolis.
SAIBA COMO DENUNCIAR
A população pode contribuir com o combate ao trabalho escravo fazendo **denúncias anônimas ou sigilosas aos canais oficiais. Confira como denunciar:
- Pelo site: [www.prt22.mpt.mp.br/servicos/denuncias](http://www.prt22.mpt.mp.br/servicos/denuncias)
- WhatsApp: (86) 99544-7488
- Sistema Ipê (parceria SIT + OIT)
As denúncias são fundamentais para que os órgãos fiscalizadores possam agir com eficiência e proteger os direitos dos trabalhadores.
**Municípios com registros de trabalho análogo à escravidão no Piauí:**
{{#news_items}}
{{/news_items}}