Padrasto é preso suspeito de matar adolescente grávida no Piauí

Segundo o g1, a prisão ocorreu por volta das 11h30, e Ramon foi levado à Delegacia Regional de Canto do Buriti. Até o momento, a motivação do crime não foi divulgada pela polícia.

Durante a investigação, o delegado João Ênio, que conduz o caso, afirmou que a localização do celular do suspeito indicou que ele esteve no local no momento do crime: “Identificamos a presença do senhor Ramon Silva Gomes no local do crime, no momento do crime. São dados irrefutáveis e inquestionáveis que nos permitem ter essa conclusão. O que contraria frontalmente a versão dele, que formalmente e informalmente, disse que estaria na localidade Pintada, na casa dos seus pais. Essa versão não se sustenta”. 

Ênio explicou ao g1 que detalhes sobre como os investigadores chegaram a essa conclusão serão preservados a fim de não comprometer futuras apurações. “Permito-me a compreensão de todos para não esmiuçar como chegamos a essa conclusão porque, ao revelar, a gente pode estar aperfeiçoando a empreitada criminosa de um futuro e eventual criminoso. O Ramon está preso provisoriamente e a investigação continua, temos o prazo legal para finalizar esse inquérito”, acrescentou.

O corpo de Maria Victória chegou a ser exumado em 10 de abril para que fossem colhidas novas provas biológicas, com o objetivo de esclarecer a autoria do crime.

A jovem foi encontrada morta dentro da própria casa, por sua mãe, Marisa Rodrigues. O corpo apresentava perfurações no tórax, hematomas no braço e inchaços no rosto e pescoço. Segundo a polícia, familiares relataram terem visto uma faca no local no dia do crime, mas o objeto não foi localizado durante as buscas. O celular da adolescente também desapareceu.

No início das investigações, o ex-namorado da jovem, que seria o pai do bebê, chegou a ser considerado o principal suspeito. No entanto, no dia 26 de março, a polícia descartou qualquer envolvimento direto dele no caso.

Em entrevista ao “Bom Dia Piauí”, a mãe de Maria Victória relembrou os últimos momentos ao lado da filha: “Eu saí umas sete horas da noite, fui para a catequese e ela ficou deitada na rede. Ela disse ‘mãe, corre aqui que Isaac tá pulando’. Fui lá, peguei na barriga dela e o neném parou de mexer. Eu disse ‘eita, que tu não mexe com vovó, hein’”. 

Ela teria voltado para casa cerca de uma hora depois, por volta das 20h, e encontrou a porta aberta. A princípio, pensou que a filha pudesse ter saído com o padrasto. Tentou contato por telefone, sem sucesso, e foi até o quarto da jovem, mas ela não estava lá.

Ao entrar no próprio quarto, Marisa se deparou com a filha caída no chão, coberta de sangue. “Abri a porta do meu quarto e me deparei com minha filha daquele jeito. Saí correndo para pedir ajuda, fiquei do lado dela procurando o pulso e tentei reanimá-la, mas vi que ela estava sem vida. Aí parei. Não pude fazer mais nada”, concluiu.

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