Morre Pará, tricampeão candango pelo Defelê e pioneiro do futebol no DF
O futebol candango está de luto. Na madrugada desta sexta-feira, faleceu Alberto Marques Campos, conhecido como Pará, aos 88 anos. Ele foi um dos pioneiros do futebol no Distrito Federal, sendo carinhosamente chamado de “craque das perninhas tortas” por seu filho, Marcos Campos, pastor da Igreja Evangélica Batista Filadélfia, em Guará 2. Pará foi tricampeão do Distrito Federal pelo tradicional clube Defelê entre 1960 e 1962.
“Queridos amigos, irmãos, companheiros e líderes, o Eterno decidiu trazer meu pai de volta para casa após 88 anos entre nós. Meu coração está dividido entre a saudade e a alegria de saber que ele está nos braços do Pai”, escreveu Marcos Campos em sua conta no Instagram na manhã desta sexta. O sepultamento acontecerá hoje às 17h no Campo da Esperança.
Pará integrou elencos históricos do Defelê, jogando ao lado de Matil, Zé Paulo, Osvaldo, Gavião, Bimba, Alonso Capella, Ely, Fino, Raimundinho, Matarazzo, Sabarazinho, entre outros talentos da época, durante os primórdios do futebol na nova capital do país. Esses jogadores conquistaram diversos troféus sob a orientação dos treinadores Didi de Carvalho e Vanderlei Matos.
“Ele veio de Belém do Pará através da Petrobras e se aposentou na Companhia Energética de Brasília (CEB). Em Belém, jogou no Tuna Luso e no Clube do Remo, e aqui se destacou como um grande jogador. Trabalhou no antigo Defelê, que era o órgão responsável pela energia elétrica da capital, jogando nos anos 1960, durante a fase em que o Defelê foi tricampeão brasiliense”, relembra Marcos Campos.
(foto: Pará, quinto agachado da esquerda para a direita em uma das formações históricas do Defelê nos anos 1960)
“Ele sabia fazer embaixadinhas com uma laranja. Atuava como ponta esquerda e também como um terceiro homem no meio de campo. Encontrei com ele há alguns anos no Núcleo Bandeirante, e ele já estava com os cabelos brancos”, recorda o ex-zagueiro Luciano Gomes, conhecido como Cabeção, que jogou em times do Distrito Federal, como Gráfica e Grêmio Esportivo Brasiliense.
Wander Abdalla, fundador e ex-jogador do Defelê, também se lembrou de Pará. “Joguei com ele em 1960, 1961 e 1962. Naquela época, morávamos na Vila Planalto. Após um tempo, perdi contato com ele. Ele era canhoto e tecnicamente excelente. Enquanto o titular da posição era Raimundinho, o Pará sempre entrava e jogava muito bem. Eu também conheci o irmão dele, Campos, que era um ótimo ponta-direita”.
Marcos Paulo Lima
Subeditor
Graduado pela Universidade Católica de Brasília, cobriu várias Copas do Mundo (10, 14, 18 e 22); Copa América (11, 19 e 21); Copa das Confederações (2013), Champions (15), Euro-2016 e os Jogos Olímpicos do Rio-2016.