Futebol: arbitros do DF recebem R$ 667,5 por jogo; “há uma desvalorização”, diz profissional

No Distrito Federal, os árbitros de futebol recebem R$ 667,50 por partida organizada pela FFDF (Federação de Futebol do Distrito Federal). Em contraste, em outras federações, mesmo as de menor expressão, os valores são superiores.

Na Federação de Futebol do Mato Grosso do Sul (FFMS), o mínimo pago ao árbitro principal é de R$ 860, além de uma diária de R$ 60.

Um ano de formação

Marcello Rudá, árbitro da FFDF, destaca os desafios da profissão. Ele começou seu curso em 2014 e só teve sua primeira experiência como árbitro principal em 2018.

Foto: Arquivo pessoal de Marcello Rudá

“Realizei o curso de árbitro da Federação de Futebol do DF entre 2014 e 2015, que teve duração de quase um ano. Comecei apitando categorias de base, segui para o Candangão Feminino e, posteriormente, para o futebol profissional. Minha estreia como árbitro principal no Candangão ocorreu em 2018.”

Sem diárias

Diferente de outras federações, a FFDF não fornece diárias ou hospedagem para jogos fora do DF. A entidade apenas remunera a taxa do jogo e cobre os custos de deslocamento.

“Na FFDF, os árbitros recebem apenas a taxa do jogo. Para partidas em Goiás ou Minas Gerais, é oferecida a taxa de deslocamento, mas não há pagamento de hospedagem”, explica Rudá.

Um outro árbitro da FFDF, que preferiu não se identificar, comentou que nas partidas organizadas pela CBF, além da taxa de jogo e transporte, também é incluída a diária do árbitro.

“Em todas as competições coordenadas pela CBF, recebemos a taxa do jogo, o valor pelo transporte e a diária”.

Ele acrescenta que, para as partidas das séries A e B do Campeonato Brasileiro, hospedagem e alimentação são fornecidas pela confederação. “Na série A e na série B, não precisamos pagar hotel ou alimentação, pois tudo é oferecido pela CBF.”

Despesas

Ambos os entrevistados apontam um problema presente entre todos os árbitros do Brasil: a falta de suporte estrutural. Isso os obriga a arcar com custos de psicólogos, fisioterapeutas, entre outros, para manter o alto desempenho.

“O árbitro precisa buscar apoio por conta própria, como personal trainer, fisioterapeuta, médico, nutricionista e psicólogo. Todo esse suporte é responsabilidade do árbitro”, afirmou Rudá.

Desvalorização

A Federação de Futebol do Distrito Federal conta com 24 profissionais reconhecidos pela CBF, tanto árbitros quanto assistentes.

No entanto, nas primeiras 11 rodadas da série A, de um total de 109 partidas, apenas um jogo teve um árbitro principal da FFDF, e cinco partidas contaram com assistentes ou quarto árbitro da federação, gerando descontentamento por parte do árbitro que não se identificou.

“Com certeza, há uma desvalorização por parte da CBF em relação à FFDF, considerada uma federação menor”, afirmou ele.

Outras condições

Para jogos da série A, os valores pagos são de R$ 6.930 para árbitros FIFA e R$ 5 mil para árbitros da CBF, além das diárias, que variam de R$ 75 a R$ 315, dependendo da distância e do meio de transporte utilizado.

Na série B, os valores são inferiores aos da principal divisão do futebol nacional: árbitros FIFA recebem R$ 5.420 e árbitros da CBF, R$ 3,6 mil.

Os valores para a taxa de deslocamento entre aeroporto ou rodoviária e hotel são iguais para ambas as ligas, variando de R$ 105 a R$ 170.

Os pagamentos variam conforme a classificação do árbitro, com os que representam a FIFA recebendo os maiores valores. Os escalados para as partidas também recebem diárias, deslocamento e hospedagem.

Os valores oferecidos nas competições organizadas pela CBF são mais atrativos em comparação aos das federações estaduais.

Futebol: arbitros do DF recebem R$ 667,5 por jogo; “há uma desvalorização”, diz profissional
Foto: FFDF

Por Eduardo Tavares, Felipe Farias, Guilherme Nascimento, Hugo Monteiro, Pedro Salgado e Vitor Puntel

Sob a supervisão de Isa Stacciarini e Luiz Claudio Ferreira

Mariana Beltrão

Sou redatora, revisora e tradutora de textos, formada em Letras e em Filosofia, estou sempre em busca de conhecimentos. Atualmente escrevo para o portal Folha de Parnaíba, sempre buscando as últimas notícias para os leitores.

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