É preciso punição severa para salvar vidas em estádios de futebol

No Brasil, a maior tragédia desse tipo ocorreu na final da Supercopa São Paulo de Futebol Juniores, em 1995, entre Palmeiras e São Paulo, no Pacaembu. O Palmeiras venceu por 1 a 0 com um gol decisivo de Rogério na prorrogação. Ao invadirem o campo para comemorar, os torcedores palmeirenses provocaram a torcida são-paulina, que reagiu e também invadiu, resultando em uma violenta batalha. Na época, o Pacaembu passava por reformas na área do antigo Tobogã, e os torcedores se armaram com pedras e pedaços de madeira.

Eu assisti ao vivo e fiquei horrorizado com a falta de preparo da nossa segurança para grandes eventos, um problema que persiste até hoje. O trágico resultado dessa luta foi de 102 feridos (80 torcedores e 22 policiais) e a morte brutal, transmitida ao vivo, do torcedor do São Paulo Márcio Gasparin da Silva, que tinha apenas 16 anos.

Em Santiago, um massacre poderia ter ocorrido, pois os torcedores invadiram o campo armados com barras de ferro, repletos de ódio e uma ira descontrolada, mesmo em uma partida que contava com praticamente apenas uma torcida. Tragicamente, duas mortes ocorreram do lado de fora do Estádio Monumental: um garoto de 13 anos e uma jovem de 18. Essas vidas foram perdidas durante uma partida de futebol devido à agressividade de uma torcida, sem qualquer motivo que justificasse tal violência.

É essencial observar quanto tempo a Conmebol levará para tomar uma posição diante da gravidade dessa violência. Não aceitemos punições brandas, como portões fechados ou perda de mando de jogo. A impunidade da instituição apenas encoraja a violência, fazendo com que esses vândalos se sintam seguros em agir sem temor de punições.

Já passou da hora de as autoridades esportivas da América do Sul adotarem medidas rigorosas. Nada vai mudar enquanto clubes e confederações não deixarem de ignorar a situação e forem coniventes com a falta de ação e punição. Nenhuma mãe deseja ver seu filho ou filha sair de casa para assistir a um jogo de futebol e nunca mais voltar, como aconteceu com a torcedora do Palmeiras, Gabriela Anelli, de apenas 23 anos, que perdeu a vida em uma briga entre palmeirenses e flamenguistas após ser atingida por uma garrafa lançada por um torcedor.

Portanto, é fundamental que os mecanismos de segurança sejam adequados, tanto ao redor quanto dentro dos estádios de futebol. Se não houver uma mudança radical nas punições, a situação não irá melhorar.

Mariana Beltrão

Sou redatora, revisora e tradutora de textos, formada em Letras e em Filosofia, estou sempre em busca de conhecimentos. Atualmente escrevo para o portal Folha de Parnaíba, sempre buscando as últimas notícias para os leitores.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

x  Powerful Protection for WordPress, from Shield Security
Este Site é Protegido Por
Shield Security