É possível espelhar o Real Madrid de 2023/24 na seleção? Entenda semelhanças e desafios para Ancelotti, que estreia hoje
A espera termina nesta quinta-feira. Quando a bola rolar para o jogo contra o Equador, às 20h (horário de Brasília), em Guayaquil, a era Ancelotti na seleção brasileira realmente começará. A expectativa é alta. Não apenas pela classificação para a Copa do Mundo, que está quase garantida, com seis vagas para dez seleções, mas pela evolução do futebol da equipe até o torneio.
- ‘Talento extraordinário’: Antes da estreia, Ancelotti elogia Estêvão, sem revelar detalhes sobre o time e o estilo de jogo.
- Botafogo: O clube está em negociações com Luka Jović, atacante do Milan e ex-Real Madrid, para substituir Igor Jesus.
A simples chegada do treinador com o maior número de títulos da Champions League (cinco) já traz esperança. Esse sentimento foi reforçado quando Ancelotti mencionou, em entrevistas recentes, que se inspirará no Real Madrid da temporada 2023/24.
Ancelotti escolheu uma temporada considerada a melhor com Vini Jr e Rodrygo no ataque. Mas como ele pode replicar, na seleção, o estilo daquele time que conquistou o campeonato espanhol e a Champions na mesma temporada?
O ponto de partida é a ausência de um centroavante em ambas as equipes. Sem Benzema, Ancelotti formou uma dupla de ataque com Vini e Rodrygo, permitindo que ambos se movimentem livremente entre os zagueiros. No atual grupo, sem Rodrygo (poupado), Ancelotti poderá escolher entre Richarlison ou, possivelmente, Estêvão, a quem elogiou recentemente.
— É um jogador de talento extraordinário, especial e jovem, que precisa aprender bastante. Ele aparenta ser humilde, determinado e ter personalidade. No entanto, sempre digo que devemos ser cautelosos e pacientes com os jovens — destacou.
É importante notar que aquele Real Madrid era versátil. Alternava entre 4-4-2 e 4-3-1-2 (outra variação do 4-3-3, que pode ser uma opção atual). Na primeira formação, dois meias davam suporte defensivo aos atacantes. Entre os 25 convocados, Gerson e Andreas se destacam por esse perfil. Contudo, Estêvão e Matheus Cunha, além de Raphinha, também podem ser testados.
No segundo formato, Bellingham era o jogador que atuava atrás da dupla de ataque, se aproximando dos atacantes e aparecendo na área como um falso 9. Ancelotti mencionou Gerson e Matheus Cunha como possíveis opções para essa posição, enquanto Raphinha e Estêvão também já exerceram essa função em seus clubes.
Um aspecto a considerar é que, no Real, Ancelotti contava com Kroos ou Modric recuados para distribuir o jogo. O Brasil não possui um meia organizador disponível. Os mais próximos seriam Paquetá e Neymar, que estão fora da convocação. No cenário atual, Bruno Guimarães, Gerson e Andreas são os responsáveis pelos passes verticais.
Outra posição criticamente carente no Brasil são as laterais. Ancelotti usava jogadores bem abertos no Real. Em campo, Alex Sandro e Vanderson terão essa responsabilidade. O técnico já indicou que um dos laterais pode não ser tão exigido no ataque:
— Se você tem um ponta com características muito ofensivas, não é necessário que o lateral desse lado suba.
Defensivamente, a estratégia do Real consistia em pressionar na perda da bola e, se isso falhasse, rapidamente recompor em um 4-4-2. Ancelotti já insinuou que adotará o mesmo esquema:
— Seja no 4-3-3 ou no 4-4-2, o essencial é que defendamos juntos — destacou.
Embora tenha sido vago sobre o time titular e o estilo adotado, Ancelotti defende uma identidade que possa variar. Portanto, a semelhança com o Real pode se dar mais na versatilidade. Com o tempo, diferenças e semelhanças se tornarão mais evidentes.
— Precisamos ser uma equipe solidária, que compete, luta e trabalha junta — concluiu.