Comunidades indígenas do Piauí se destacam na produção de alimentos


Projetos desenvolvidos pela Secretaria da Agricultura Familiar do Piauí (SAF) têm permitido que comunidades indígenas de diferentes regiões do Piauí se destaquem na produção de alimentos diversos por meio da agricultura familiar. Graças ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Indígena, que é desenvolvido pela SAF em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), as comunidades têm investido na própria produção – adquirida pelo estado e distribuída para outras comunidades indígenas onde há pessoas em situação de vulnerabilidade social.

O PAA Indígena foi lançado, inicialmente, em 2024, com investimento de R$ 1 milhão, e atendeu cerca de 200 famílias. De acordo com o diretor de Mercados Institucionais e Povos Tradicionais da SAF, Wendel Rebouças, o programa está com um edital vigente neste ano, também com um recurso de R$ 1 milhão.

Foto: Divulgação/AscomComunidades indígenas se destacam na produção de alimentos no Piauí

Comunidades indígenas se destacam na produção de alimentos no Piauí

“Lançamos o primeiro edital em 2024, no valor de R$ 1 milhão e abrimos, de 2024 a 2025, mais um investimento de R$ 1 milhão para o edital atual. Beneficiamos ao todo cerca de 200 famílias, e neste último já estamos com uma execução de 80% do total de recursos”, afirmou Wendel Rebouças.

São atendidas pelo programa as etnias indígenas Akroá-Gamella, Tabajaras, Gueguês e Cariris, que vivem em municípios de quatro territórios: Cocais (Lagoa do São Francisco e Piripiri); Chapada do Vale Itaim (Queimada Nova e Paulistana); Tabuleiros do Alto Parnaíba (Uruçuí e Baixa Grande do Ribeiro); e Chapada das Mangabeiras (Currais e Bom Jesus).

A comunidade indígena Nazaré, localizada no município de Lagoa de São Francisco, é uma das atendidas pelo PAA. Após o início do programa, a comunidade passou a investir na produção de galinhas, além de frutas e hortaliças. A presidente da Associação dos Povos Indígenas da Comunidade Nazaré, Maria Gardênia, explica que os alimentos produzidos por eles são distribuídos a famílias indígenas que convivem com a vulnerabilidade alimentar.

“Temos como unidade recebedora a comunidade Nazaré, e quando as famílias têm produtos no ponto, elas entram em contato comigo e já começo a mobilização com o agente territorial dos Cocais. Programamos a entrega em até uma semana antes e os produtores organizam os produtos. Eu sempre aviso a unidade recebedora sobre a entrega para receber e, quando é marcada a data, avisamos as famílias indígenas”, disse Maria Gardênia.

Dentre os produtos incluídos no programa, estão carnes, frutas, verduras, legumes e doces. Wendel Rebouças ressalta, ainda, que houve um incentivo para uma maior produção de carnes por parte dos indígenas. “Fizemos um balanço do que foi executado em 2024, e conseguimos elevar a aquisição e distribuição de proteína, que antes era o terceiro alimento com maior circulação e hoje é o principal, com destaque para a galinha caipira, com mais incidência em Cocais, e de bovinos e caprinos, nos municípios da Chapada do Vale Itaim”, destacou. Além disso, ainda é distribuído melancia, banana, coco, mamão, cheiro-verde, hortaliças e abóbora.

80% dos beneficiados com o programa são mulheres

Conforme o último levantamento da SAF, o PAA Indígena atende atualmente 139 mulheres, frente a 46 homens, o que corresponde a 81% dos beneficiados. “Quando fizemos o levantamento, vimos que o maior público é composto por mulheres, que é prioritário nos trabalhos de iniciativas da secretaria. Além de abarcar a comunidade tradicional, tentamos acatar juventude e mulheres, e obviamente não podemos ignorar que 8 em cada 10 cadastrados no programa são mulheres”, frisou Wendel Rebouças.

Maria Gardênia aponta, ainda, a importância do programa, pois, além de incentivar a agricultura familiar e a economia interna da comunidade, garante maior segurança alimentar para as famílias. “Ele é muito importante porque, além de fortalecer a agricultura familiar, a economia dentro da comunidade, o programa ainda distribui alimentos de qualidade que não possuem agrotóxicos e promove uma alimentação segura e saudável para todas as famílias”, concluiu.

Projetos PSI e Pilares vão beneficiar comunidades indígenas

Dois projetos desenvolvidos pela SAF por meio de operações de crédito com bancos, como o Programa Piauí Sustentável Inclusivo (PSI) e o Pilares II, vão beneficiar comunidades indígenas. Atualmente, o PSI está em execução, com vistorias prévias na região do semiárido, em municípios do território Chapada Vale do Itaim, nas comunidades Cariris, Paulistana e Queimada Nova. A iniciativa, que está próxima da conclusão, reúne as propostas enviadas pelas comunidades para elaboração de projetos.

“Temos operação de crédito, que o Governo do Estado tem operado, o PSI, para que as famílias indígenas possam ser atendidas, porque a intenção é prepará-los para que tenham condições de executar o projeto. Da mesma forma, temos outra operação, o Pilares, que será executado com fundos do Banco Mundial na região do Cocais, no território Planície Litorânea, e nas regiões Norte, Meio Norte e Extremo Sul do Cerrado”, disse o diretor.

O PSI é uma ação conjunta entre a Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), Secretaria do Planejamento (Seplan), Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e o Instituto de Terras do Piauí (Interpi). A iniciativa pretende atender 60 mil famílias em 138 municípios de 7 territórios, tendo um investimento total de R$ 147 milhões. Os recursos são financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Fundo de Investimento para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida) e o Governo do Piauí. A atuação vai abranger os territórios do semiárido piauiense.

Já o projeto Pilares de Crescimento e Inclusão Social II é executado pela Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Instituto de Terras do Piauí (Interpi) e Secretaria do Planejamento (Seplan), com recursos financiados pelo Banco Mundial, e vai ter atuação nos territórios Planície Litorânea, Cocais, Carnaubais, Entre Rios, Tabuleiros do Alto Parnaíba e Chapada das Mangabeiras.





Fonte Original da Matéria

Mariana Beltrão

Sou redatora, revisora e tradutora de textos, formada em Letras e em Filosofia, estou sempre em busca de conhecimentos. Atualmente escrevo para o portal Folha de Parnaíba, sempre buscando as últimas notícias para os leitores.

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