Abel cutuca própria torcida e descarta mudar o futebol do Palmeiras: ‘O que sempre fizemos’
Apesar das críticas, técnico prefere insistir em sua abordagem agressiva ao invés de reconhecer que o estilo atraente do time já não está presente.
Abel Ferreira parece um pouco sem direção no Palmeiras. Embora mantenha uma postura modesta, o treinador aparenta dificuldade em lidar com as inúmeras perguntas, envolvem-se em discussões com jornalistas, provocam a torcida e afirmam que sua equipe sempre jogou da mesma maneira sob sua direção, sem necessidade de ajustes.
Após o empate sem gols contra o Botafogo, neste domingo, a torcida palmeirense expressou sua insatisfação com o início decepcionante no Brasileirão, no Allianz Parque, onde mais de 30 mil torcedores estavam presentes. O técnico português decidiu usar os cânticos dos cariocas para cutucar a própria torcida do Palmeiras.
“Vocês ouviram eles cantando ‘somos campeões, somos campeões’? Nos dois anos em que fomos campeões, não vi nossos torcedores cantando isso ao longo do ano”, provocou Abel, visivelmente incomodado com as críticas que aumentam a cada jogo do Palmeiras.
Mesmo enfrentando críticas pelo uso excessivo de ‘chuveirinhos’ nas partidas, o técnico optou por criticar ao invés de admitir humildemente que o futebol vistoso do Palmeiras já não existe mais.
“Qual foi a jogada que resultou na falha do gol do Lopez (que recebeu um passe e chutou em cima do Jhon)? Foi um passe, um lançamento (e não cruzamento). E como foi o gol magnífico do Internacional ontem (sábado)?”, questionou. O repórter disse que queria saber sobre o Palmeiras, mas o técnico prosseguiu em sua explicação sem convencer.
“Eu analiso a forma como mais gols são marcados. 80% dos gols, não 100%, são resultado de combinações de cruzamento, passes rasteiros ou jogadas de dois contra um. E foi isso que fizemos todos esses anos e continuaremos fazendo”, afirmou. A resposta não satisfez, e ele foi questionado se o time deixou de trabalhar jogadas pelo chão. “Essa é sua opinião”, foi a resposta limitada.
Abel Ferreira também não acredita que há motivos para críticas ao ataque. “Nos últimos cinco jogos, fizemos quatro gols e sofremos apenas um. Nesses últimos dois jogos, contra Corinthians e Botafogo, o primeiro tinha uma linha defensiva muito experiente (final do Paulistão) e, sendo bem sincero, neste jogo (deste domingo) poderíamos ter vencido ou também perdido.”