19 federações ‘soltam a mão’ de Ednaldo e articulam eleger dirigente de Roraima na CBF

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O nome mais forte para suceder Ednaldo Rodrigues, que se afastou da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), é Samir Xaud. Atualmente presidente eleito da Federação Roraimense (FRF), ele conta com o suporte de pelo menos 19 federações, que nesta quinta-feir anunciarem um manifesto em busca de estabilidade e criticando o presidente afastado.

Com 40 anos, Samir Xaud foi eleito em janeiro de 2025 para assumir a liderança da FRF a partir de 2027 até 2030, sucedendo seu pai, Zeca Xaud, um dos dirigentes mais duradouros nas federações, que completará 40 anos no cargo em 2026.

Samir, que é médico especializado em infectologia e medicina do esporte, também é empresário na área de treinamento esportivo. Caso vença a eleição da CBF, agendada para o quadriênio 2025-2029, ele não tomará posse da FRF em 2027.

Samir Xaud foi eleito presidente da Federação Roraimense de Futebol, com mandato até 2030. Foto: FRF/Divulgação

O caráter jovem de Samir é visto como um ponto positivo pelos dirigentes que o apoiam. “O contexto pede uma renovação nas ideias, práticas e lideranças, assim como a profissionalização das gestões”, menciona uma parte do manifesto, assinado pelas federações (veja na íntegra abaixo).

Por outro lado, sua candidatura poderia gerar reações desfavoráveis entre alguns clubes consultados, já que o apoio deles é necessário para o registro da chapa na eleição.

Há preocupações em relação a possíveis influências políticas na indicação. A FRF possui apenas 10 clubes filiados, dos quais nove votaram a favor de Samir (o Monte Roraima não participou da votação). A relevância limitada de Roraima no futebol brasileiro também é motivo de apreensão.

No cenário estadual, apenas o GAS compete no Campeonato Brasileiro nesta temporada, na Série D, sendo o atual bicampeão de Roraima.

Ednaldo Rodrigues enfrentou seu segundo afastamento da presidência da CBF. Foto: Staff Images/CBF

O São Raimundo, que disputou a Série D em 2024, é outro clube destacado do Estado, ao lado do Náutico, Baré e Atlético Roraima, que estiveram na quarta divisão pela última vez em 2022, 2020 e 2019, respectivamente.

Em 1995, quando a Série C era a última divisão, Roraima teve três clubes nesta categoria. Atlético Roraima, Baré e Progresso competiram entre os 107 participantes de todos os Estados do Brasil.

Para que a candidatura de Samir se concretize, a eleição deve ser realizada. Embora ainda não haja uma data definida, Fernando Sarney, vice da CBF indicado como interventor pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), tem 30 dias para agendar o pleito já convocado. O interino expressou o desejo de que a escolha ocorra em breve.

“Ainda não é tempo eleitoral. Não voto, mas já ouvi falar sobre Samir Xaud. É um bom nome, uma pessoa de bem”, comentou Fernando Sarney durante uma conversa com o Estadão.

A situação ainda está em análise interna. Tanto Sarney quanto Ednaldo podem ser candidatos. No entanto, o presidente interino não pretende concorrer, enquanto o afastado perdeu apoio recentemente.

Fernando Sarney, vice-presidente da CBF, foi nomeado interventor pela Justiça do Rio. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Alguns clubes também foram informados por Flávio Zveiter, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que se colocou como pré-candidato no afastamento anterior de Ednaldo, em 2023, mas neste momento não tem interesse em concorrer.

Outras federações e clubes, especialmente os associados à Liga Forte União (LFU), estão articulando para que Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, se candidate. Ele também tentou se lançar em 2023.

Carneiro Bastos é um dos vices eleitos junto a Ednaldo em 2022 e reeleito neste ano por aclamação das 27 federações e dos 40 clubes das séries A e B.

Agora, as 19 federações que se distanciaram do presidente afastado e assinaram o manifesto incluem Alagoas, Pará, Rio Grande do Norte, Piauí, Minas Gerais, Ceará, Rondônia, Sergipe, Paraíba, Roraima, Amazonas, Acre, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Entenda a crise na CBF

O TJ-RJ recebeu uma ordem do STF para investigar se a assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como coronel Nunes, no acordo que manteve Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF, homologado pelo STF em fevereiro, foi falsificada. O caso ganhou destaque após uma perícia ser anexada ao processo.

Dois pedidos para o afastamento de Ednaldo Rodrigues foram protocolados junto à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que está sendo julgada no STF. O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, negou os pedidos.

Além disso, a autenticidade da assinatura é questionada devido ao fato de Nunes, de 86 anos, ter informado à Justiça que sofre de um tumor no cérebro e de cardiopatia grave. A perícia incluiu um laudo do Dr. Jorge Pagura, Chefe do Departamento Médico da CBF, que indica que Nunes enfrenta dificuldades cognitivas, especialmente após uma cirurgia agressiva em 2023.

O relacionamento do ministro Gilmar Mendes com a CBF também é mencionado tanto nos pedidos de afastamento quanto em requerimentos para a presença de Ednaldo Rodrigues no Congresso Nacional. Discute-se um possível conflito de interesses, já que o ministro fundou o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), que tem parcerias comerciais significativas com a CBF Academy.

A revista piauí destacou uma conexão entre a primeira destituição de Ednaldo em 2023 e o desembargador do TJ-RJ Luiz Zveiter, pai de Flávio Zveiter, que se opunha a Ednaldo. Também foi feita uma comparação entre o presidente afastado e Gilmar Mendes.

Uma reportagem da piauí revelou gastos e práticas autoritárias na gestão da CBF, o que tornou Gilmar Mendes um alvo de críticas públicas. A edição de abril abordou também pagamentos questionáveis a advogados antes de decisões judiciais favoráveis à CBF. Segundo o repórter Allan de Abreu, Mendes enfrentou pressão e teve que ceder após ameaças de parlamentares de instaurar CPIs para investigar a confederação.

Em 6 de maio, a CBF se manifestou oficialmente. A entidade defendeu a legitimidade do processo e informou que não teve acesso à perícia, alegando que a análise está sendo utilizada de forma precipitada e midiática.

“A CBF ressalta que todas as ações relacionadas ao acordo mencionado foram conduzidas dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e com acordo homologado, aguardando um pedido de vista”, declarou a entidade.

No contexto do anúncio de Carlo Ancelotti como novo técnico da seleção brasileira, considerado uma vitória política para Ednaldo, o dirigente foi alvo de três denúncias na Comissão de Ética da CBF por motivos diversos, incluindo assédio e gestão questionável, além da suspeita de fraude no acordo homologado pela Justiça do Rio.

Veja o manifesto das federações na íntegra

O futebol brasileiro encontra-se em um momento crucial. É imprescindível enfrentar desafios estruturais que há anos limitam nosso potencial. Necessitamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissional, campos de qualidade, segurança em estádios e competições fortalecidas.

Para isso, é essencial garantir a estabilidade institucional da CBF. Precisamos virar a página da judicialização e instabilidade que por mais de uma década compromete o funcionamento da entidade e o desenvolvimento do futebol brasileiro. É hora de resgatar a autonomia interna da CBF, que atualmente está sufocada por uma estrutura centralizada e desconectada dos elos do ecossistema do futebol nacional.

Além da estabilidade, a situação exige renovação de ideias, práticas e lideranças, assim como a profissionalização das gestões. A CBF precisa ser um exemplo de governança, eficiência e transparência, e voltar a ser a casa de todos que atuam no futebol brasileiro, oferecendo um ambiente saudável e inspirador, onde cada um possa contribuir na melhoria do esporte que é um patrimônio nacional.

Comprometidos com essa causa, assumimos a responsabilidade de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF, dedicada a um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, respeitada internamente, admirada externamente — e novamente querida por todos que fazem do futebol a essência do nosso país.

Mariana Beltrão

Sou redatora, revisora e tradutora de textos, formada em Letras e em Filosofia, estou sempre em busca de conhecimentos. Atualmente escrevo para o portal Folha de Parnaíba, sempre buscando as últimas notícias para os leitores.

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