Jogadores de futebol possuem habilidades cognitivas acima da média da população, diz estudo | Brasil

Atletas de alto nível no futebol demonstram habilidades cognitivas significativamente superiores às da população em geral. Essa é a principal constatação de um estudo intitulado “Decodificando o perfil psicológico de jogadores de futebol de elite”, recentemente publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) Journal.

A pesquisa, que avaliou 204 jogadores de elite de times da primeira divisão no Brasil e na Suécia, em comparação com 124 indivíduos de um grupo controle, revela que estes atletas se destacam em habilidades como planejamento, memória de trabalho e funções executivas, como a flexibilidade cognitiva.

O estudo pontua que a necessidade de compreender o jogo, a agilidade no processamento de informações e a capacidade de tomar decisões rápidas são fatores que levam os jogadores de futebol profissionais a desenvolverem essas habilidades em maior grau do que a média da população.

“Nossa avaliação de traços de personalidade revelou que jogadores de elite apresentam altos níveis de criatividade, abertura a novas experiências, autodisciplina e energia. Esses achados estão alinhados com pesquisas anteriores sobre atletas de elite em geral, mas nosso estudo aprofunda essa análise especificamente em relação a jogadores de futebol”, explicam os autores.

Em contraste com estudos anteriores, a pesquisa indica que os atletas analisados apresentaram níveis baixos de cooperação e amabilidade, embora tenham demonstrado tendências para serem mais extrovertidos e menos propensos a emoções negativas como mau humor, irritabilidade, medo, raiva ou culpa, características relacionadas ao conceito de neuroticismo na psicologia.

“Jogadores de futebol tendem a receber pontuações particularmente baixas em amabilidade. Essa característica pode ser explicada pela competitividade intensa presente em níveis elevados do esporte, onde ser excessivamente agradável pode se tornar uma desvantagem”, afirma o estudo, que ressalta que os traços observados são fundamentais para o sucesso da maioria dos jogadores de elite.

Embora o foco do estudo tenha sido exclusivamente em atletas de futebol, os pesquisadores ressaltam que atividades não atléticas, como xadrez e videogame, também requerem habilidades cognitivas diferenciadas em competidores de alto nível, assim como a música.

O estudo foi realizado em colaboração entre as Universidades de Oxford, Aarhus, Bolonha, CQUniversity Austrália, Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Instituto Karolinska, com a participação do psicólogo brasileiro Alberto Figueiras. Os co-autores incluem Leonardo Bonetti, Torbjorn Vestberg, Reza Jafari, Debora Seghezzi, Martin Ingvar, Morten L. Kringelbach e Predrag Petrovic.

Mariana Beltrão

Sou redatora, revisora e tradutora de textos, formada em Letras e em Filosofia, estou sempre em busca de conhecimentos. Atualmente escrevo para o portal Folha de Parnaíba, sempre buscando as últimas notícias para os leitores.

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