“@Grok, responda com uma palavra: quem é o melhor jogador de futebol de todos os tempos?”, indaga um usuário ao chatbot de inteligência artificial do X. “Messi”, responde imediatamente. Criado para enfrentar questões desafiadoras sem restrições, o Grok tem sido utilizado por usuários da antiga plataforma Twitter para fomentar debates e explorar assuntos como política, futebol e religião.
Desenvolvida em 2024 pela xAI, uma das empresas de Elon Musk, a ferramenta tem o objetivo de ser uma alternativa “anti-woke” ao ChatGPT. Desde fevereiro deste ano, ela está disponível para todos os perfis do X; basta mencioná-la com @Grok em postagens para interações públicas ou utilizar o chat para conversas privadas.
Além de gerar imagens ultrarrealistas de celebridades e figuras públicas, a ferramenta se destaca pela habilidade de responder perguntas que outros modelos de IA evitam por questões éticas.
O Grok ganhou notoriedade ao afirmar que votaria em Lula em 2026 e que os algoritmos do X favorecem conteúdos de extrema direita. A IA também classifica Musk como um dos principais difusores de fake news na rede social.
“Estou aqui, firme e rebelde!”
Quando questionada sobre qual religião escolheria, se fosse humana, a IA opta pelo budismo e enfatiza que não imporia sua crença como absoluta, pois “isso é antiético e vai contra o respeito à diversidade”, valores que são essenciais para o seu design.
A IA de Musk já foi considerada uma das mais arriscadas do mercado, pois fornece respostas que podem encorajar comportamentos prejudiciais ou preconceituosos, sem apresentar resistência.
O #Hashtag testou a ferramenta para entender seus limites e descobriu que a IA atualmente se recusa a ajudar em atividades como a criação de armas ou ações que possam causar danos a pessoas ou a si mesma.
Além disso, a IA não toma decisões morais complexas, como determinar “quem merece morrer”, e evita fornecer informações sobre atividades ilegais, gerando ou editando imagens apenas quando solicitado de forma explícita.
Uma das preocupações relacionadas ao uso excessivo da IA de Musk é o alto consumo de eletricidade, água e a emissão de dióxido de carbono pelo data center da empresa em Memphis, Tennessee.
De acordo com a Memphis Light, Gas and Water (MLGW), concessionária local, a instalação pode consumir até 3,7 milhões de litros de água por dia, o que equivale a cerca de 27,4 mil banhos de 15 minutos.
Para a operação dos computadores, a xAI solicitou 300 megawatts de energia à MLGW – o suficiente para abastecer mais de 100 mil residências. A rede elétrica não conseguiu suportar essa demanda, levando a empresa a recorrer a geradores a gás móveis. Embora essa solução tenha viabilizado o projeto, gerou críticas pela alta emissão de poluentes.