Mãe de família internada no Piauí já perdeu quatro filhos por envenenamento


Francisca Maria da Silva, de 32 anos, que está entre os membros da família internados após comer arroz envenenado no Piauí, já perdeu quatro filhos por envenenamento. Dois deles, de oito e sete anos, morreram há cerca de cinco meses depois de ganharem um saco de cajus envenenados da vizinha, por estarem “roubando frutas do quintal dela”. Outra menina, Lauane da Silva, de três anos, morreu no Hospital de Urgência de Teresina na madrugada desta segunda-feira (6), após comer o arroz que mandou nove pessoas da mesma família para o hospital. O caçula, um bebê de 1 ano e 8 meses, também foi vítima deste episódio, e morreu já na quinta-feira (2), um dia após a família consumir o alimento. As informações são do g1.

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A menina que morreu nesta madrugada estava internada no Hospital de Urgência de Teresina desde a última quarta-feira (1º). A mãe e a irmã, de quatro anos, ainda estão internadas.

O bebê, Igno Davi da Silva, morreu na última quinta-feira no Hospital Regional Dirceu Arcoverde. Além dele, morreu também Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, tio de Lauane.

O que se sabe sobre família internada por suspeita de envenenamento no Piauí

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A mãe está no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba. A outra filha está no hospital de Teresina, o mesmo onde a irmã morreu. Outras quatro pessoas da família foram hospitalizadas, mas já receberam alta.

O caso aconteceu no dia 1º de janeiro, e inicialmente as suspeitas eram de que o peixe recebido pela família em uma doação estivesse envenenado ou estragado, o que teria causado as internações — mas não foi o que o laudo pericial do Instituto de Medicina Legal (IML) concluiu.

O que diz o laudo

O veneno consumido pela família, segundo o laudo, estava no baião de dois (arroz preparado com feijão), que havia sido feito por eles no dia anterior. Agora, a Polícia Civil do Piauí (PCPI) investiga o caso como homicídio.

— Estava em todo o arroz, em grânulos visíveis — revelou o médico Antônio Nunes, diretor do IML, ao g1.

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Isso significa que a substância foi colocada em grande quantidade no alimento.

No peixe, que era a suspeita inicial, nada apareceu. O casal que doou o alimento às vítimas não é mais considerado suspeito pela polícia.

Veneno no arroz é o mesmo que matou dois irmãos

O veneno encontrado no arroz foi o “terbufós”, da classe dos organofosforados. Ele é utilizado como inseticida e nematicida (pragas de plantas).

Ao ser consumido, ele ataca o sistema nervoso central e a comunicação entre músculos. Os resultados são tremores, crises convulsivas, falta de ar e cólicas. Os efeitos aparecem por tempo após a exposição ao veneno, podendo deixar sequelas neurológicas e causar a morte.

O veneno que estava no arroz é o mesmo que foi usado para envenenar os dois meninos em agosto deste ano. Ulisses Gabriel da Silva, de oito anos, morreu após passar dois meses internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). O caçula, João Miguel da Silva, de 7 anos, morreu já em agosto, três dias após o crime.

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A mulher que entregou os cajus envenenados aos dois está presa por duplo homicídio qualificado.

Veneno foi colocado no arroz, diz polícia

A Polícia Civil investiga como o veneno chegou ao baião de dois.

— É impossível ter ido parar lá sem intenção de alguém — afirmou o delegado Abimael Silva ao g1.

No dia 31 de dezembro de 2024, noite de ano novo, a família fez uma ceia para celebrar o Réveillon: carne, feijão tropeiro e baião de dois. Eles comeram, celebraram e, quando virou o ano, alguns foram dormir e outros foram para as próprias casas.

No dia 1º de janeiro, os familiares voltaram para a casa, e havia sobrado parte do baião de dois.

Ainda na manhã do primeiro dia do ano, um casal doou parte dos peixes que haviam doado para outras casas da região à família. Eles fritaram o alimento e o serviram no almoço do dia 1º, junto do baião de dois. Alguns minutos depois, começaram a sentir os efeitos.

De acordo com o delegado, o veneno foi colocado no arroz no dia 1º de janeiro. Isso porque a família comeu o mesmo prato, da mesma panela, na noite de Réveillon.

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— No dia 31, a família fez o baião de dois e consumiu, mas ninguém passou mal. Só depois do meio dia do dia 1º começaram a sentir os efeitos — explicou ele.

Com os laudos concluídos, os policiais buscam descobrir quem cometeu o crime: alguém da família ou um terceiro que entrou na casa sem ser notado.

Quem são as vítimas

  • Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (enteado de Francisco de Assis) – morto;
  • Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria) – morto;
  • Lauane da Silva, de 3 anos (filha de Francisca Maria e irmã de Igno Davi) – morta;
  • Francisca Maria da Silva, de 32 anos (mãe de Lauane e Igno Davi e irmã de Manoel) – internada em Parnaíba;
  • Uma menina de quatro anos (filha de Francisca Maria e irmã de Lauane e Igno Davi) – internada em Teresina;
  • Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos (padrasto de Manoel e Francisca) – recebeu alta;
  • Um menino de 11 anos (filho de Francisco de Assis) – recebeu alta;
  • Uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel) – recebeu alta;
  • Maria Jocilene da Silva, de 32 anos – recebeu alta.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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Fonte Original da Matéria

Mariana Beltrão

Sou redatora, revisora e tradutora de textos, formada em Letras e em Filosofia, estou sempre em busca de conhecimentos. Atualmente escrevo para o portal Folha de Parnaíba, sempre buscando as últimas notícias para os leitores.

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