Renato Paiva não implantou ‘futebol Walt Disney’, mas se atrapalhou mais que o Pateta no Botafogo, que acerta em demissão 

* Existe uma clara distinção entre o futebol real e o “futebol da Disney”, como mencionou Renato Paiva em coletiva antes da eliminação do Botafogo para o Palmeiras na Copa do Mundo de Clubes. Infelizmente, o técnico se perdeu mais do que Pateta durante sua breve passagem pelo clube.

* No coração da Disney, nos EUA, o técnico tentou traçar um paralelo com o criador do Mickey. Assim como Walt Disney foi um visionário que criou um mundo de fantasia, Renato Paiva pareceu apenas inventar desculpas para seus fracassos e ilusões pessoais.

* Após as derrotas, ele culpou os jogadores, se complicou e apresentou explicações pouco convincentes. Ele se tornou o roteirista da “Disney alvinegra”, mas teve dificuldades em criar histórias empolgantes. Em vez disso, culpava os personagens e raramente admitia seus próprios erros.

* O destino deu a Renato Paiva a chance de apresentar o Botafogo ao mundo. Ele conseguiu vencer o Seattle Sounders, reconhecendo seus próprios erros, e derrotou o PSG de uma forma histórica, trazendo orgulho ao continente. Mas ficou por aí. Em seguida, jogou para empatar ou perder por pouco para o Atlético de Madrid, o que poderia ser aceitável, dado que ainda significava classificação.

* Porém, no momento em que o mundo parou para ver o futebol brasileiro, enfrentando um rival que havia sido dominado pelo Botafogo em 2024, Paiva mostrou-se hesitante. Não apresentou nem o “futebol Disney”, nem o “futebol real”, nem nada. Sem coragem, não há narrativa. O Botafogo não é um lugar para falta de ambição.

* Naturalmente, a eliminação não foi o único fator a pesar. Alguém pode ter pensado: será que com Renato Paiva seremos campeões? Uma análise rápida do seu histórico indica que isso é improvável. Se o Botafogo tem dificuldades em vencer jogos importantes, se raramente marca fora de casa, e se o técnico opta por três volantes sem variações ofensivas, como acreditar que poderia avançar longe?

* A breve passagem de Renato Paiva se caracterizou pela insistência em Patrick de Paula, pela indicação de Mastriani, tentativas de um jogo posicional e muitas frustrações. O Botafogo manteve seu forte espírito e sólida defesa (herdados dos tempos de Luís Castro e Artur Jorge), mas ficou sem ataque. Com o tempo, Paiva poderia até ter piorado outras virtudes da equipe.

* John Textor e a diretoria falharam ao demorar para escolher um novo treinador e, mais ainda, ao contratar Renato Paiva. A demissão é, portanto, uma admissão desse erro, mas também um passo em direção ao acerto. Agora, é hora de recuperar o tempo perdido e encontrar um técnico à altura do projeto e da identidade do Botafogo.

* Renato Paiva desrespeitou a figura de Walt Disney, ofuscou o brilho do Mickey e estragou a graça do Pato Donald, deixando os torcedores descontentes e não mereceu nem as moedinhas do Tio Patinhas. Na vida real, é fundamental alinhar-se com as diretrizes do proprietário (John Textor) e com os desejos dos torcedores. Ao seguir por um caminho diferente, Paiva se tornou o vilão e saiu da “Disney alvinegra” antes do esperado. Que venha um novo – e melhor – roteirista.

Mariana Beltrão

Sou redatora, revisora e tradutora de textos, formada em Letras e em Filosofia, estou sempre em busca de conhecimentos. Atualmente escrevo para o portal Folha de Parnaíba, sempre buscando as últimas notícias para os leitores.

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