Mundial de Clubes x Copa do Mundo de seleções: as estratégias da Fifa para o futuro de futebol
A Intercontinental é considerada um título mundial? Confira o que a Fifa informa | EXPLICA AÍ, RIZZO
Nesta semana, Marcel Rizzo discute a nova abordagem da Fifa sobre os títulos intercontinentais e sua relação com a Copa do Mundo de Clubes.
A Fifa espera atingir um recorde de US$ 9 bilhões em receitas durante a Copa do Mundo de seleções em 2026. Este torneio, que contará com 48 seleções pela primeira vez, será sediado simultaneamente nos Estados Unidos, México e Canadá. Com quase 100 anos de história, a competição segue sendo a principal fonte de renda da entidade que rege o futebol mundial.

Gianni Infantino, presidente da Fifa, ampliou a Copa e instituiu um novo formato para o Mundial de Clubes. Foto: Lynne Sladky/AP
Como uma nova adição ao calendário, o Mundial de Clubes, agora denominado Copa do Mundo para efeitos comerciais, conta com 32 equipes e prevê um faturamento de US$ 2 bilhões.
Apesar das diferenças significativas nas receitas dos dois eventos, o Mundial de Clubes é uma estratégia ousada da Fifa. Desde que Gianni Infantino assumiu a presidência em 2015, ele percebeu o risco à estabilidade financeira da entidade, provocada pelo crescente poder econômico das ligas europeias e a possível formação de uma superliga para os clubes de elite.
Como ex-secretário-geral da UEFA entre 2009 e 2016, Infantino entende bem como a Champions se tornou o campeonato mais prestigioso do mundo. A popularidade das equipes, cujos jogadores são ídolos globais, levantou questões na sede da Fifa em Zurique: em quanto tempo os torneios de clubes poderiam ultrapassar a Copa das seleções em termos de lucratividade?
Foi nesse cenário que surgiu o projeto do novo Mundial, cuja primeira edição acontece nos Estados Unidos. Apesar das críticas de sindicatos de atletas, que mencionam a carga extra no calendário e a falta de períodos de descanso, e das ligas europeias, preocupadas com a perda de receitas e atenção, a Fifa assegurou pelo menos US$ 1 bilhão para os participantes.
O apoio do Real Madrid, o clube mais laureado da história, foi fundamental para o sucesso do torneio. Recentemente, Florentino Pérez, presidente do clube espanhol, destacou que esta é uma chance para os torcedores de todo o planeta assistirem ao Real de forma gratuita, referindo-se aos direitos de transmissão global sem custos.
Os organizadores já estão planejando a expansão dessa mesma competição para 48 equipes em 2029, eliminando o limite de dois representantes por país. Com essa mudança, grandes clubes como Barcelona e Liverpool poderiam estar presentes na edição atual, aumentando o apelo para investidores.
Entre os líderes do futebol, há quem acredite que, em 20 anos, o Mundial de Clubes pode igualar ou até superar a Copa das seleções em faturamento. Isso pode ser um passo significativo na reestruturação do futebol.