COP30 apresenta o quarto ciclo de propostas para negociações globais


A presidência brasileira da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) apresentou, nesta terça-feira (17), o desenho do Balanço Ético Global (BEG). A iniciativa é uma das estruturas que vai permitir a participação social nas negociações globais que ocorrerão em Belém, em novembro.

De acordo com a arquitetura apresentada, o BEG é o quarto ciclo de propostas para promover o mutirão que permitirá que as negociações climáticas sejam implementadas na forma de ações. Os outros três ciclos são os dos presidentes das COP anteriores desde Paris em 2015, o dos ministros das Finanças e o dos povos, que reúne as comunidades locais.

Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que idealizou o quarto ciclo, a ideia é dar suporte às decisões políticas e encaminhamentos técnicos a partir da dimensão ética trazida por diferentes cidadãos, de continentes distintos, e trajetórias com diversas perspectivas. 

“Agora nós temos o desafio de implementar o que já decidimos ao longo de 33 anos, e mais particularmente nos últimos 10 anos, quando nos tornamos signatários do Acordo de Paris”, explicou a ministra.

A contribuição ocorrerá por meio de seis diálogos regionais promovidos em cada um dos continentes, sendo o primeiro na Europa, no dia 24 de junho, durante a Semana Climática de Londres.

O calendário seguirá com os encontros na América Latina e Caribe, em Bogotá, na Colômbia; na Ásia, em Nova Delhi, na Índia, e na Oceania, nas Ilhas Fiji, no dia 2 de agosto. Em setembro, será a vez do continente Africano, em Nairóbi, no Quênia, e da América do Norte, em Nova York, nos Estados Unidos.

“Queremos convidar o mundo para se reunir e pensar sobre as múltiplas dimensões das mudanças climáticas”, destacou o presidente designado da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.

Cada diálogo terá duração de até 4 horas, com a participação de 20 a 30 convidados entre líderes religiosos, artistas, representantes de povos indígenas, comunidades locais e afrodescendentes, jovens, cientistas, empresários, mulheres, formuladores de políticas públicas e ativistas.

Os participantes serão conduzidos por facilitadores locais e por questões orientadoras alinhadas às negociações e ao Balanço Global (GST, na sigla em inglês), instrumento de avaliação do Acordo de Paris, que gerou o primeiro relatório em 2023.

Já foram confirmados como facilitadores a ambientalista queniana Wanjira Mathai; a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson e a ativista climática norte-americana Karenna Gore. Elas atuarão nos diálogos da África, da Europa e da América do Norte, respectivamente. 

Os demais continentes ainda não têm nomes definidos.

Lideram a iniciativa o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o secretário-geral das Nações Unidas, Antònio Guterres, além de um comitê executivo constituído pela ministra Marina Silva, o embaixador Corrêa do Lago, o representante do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Antônio Patriota, e o assessor da ONU Selwin´s Hart. 

“Esperamos que o BEG sirva principalmente para os objetivos de colocar as pessoas no coração da transição e promover a justiça climática para aqueles que serão atingidos primeiramente”, destacou o representante da ONU Selwin´s Hart.

Antes dos diálogos regionais serão incentivados diálogos autogestionados organizados por organizações da sociedade civil e governos em todas as instâncias.

Ao final de todos os diálogos, serão gerados seis relatórios regionais e um relatório-síntese que, além de serem apresentados em um espaço na Zona Azul da COP30, a área onde ocorrem as negociações, servirão como contribuições externas para os debates globais. 

“Lembramos que muitas das propostas que foram viabilizadas em COP anteriores vieram como contribuições externas, como o Mapa para US$ 1,3 trilhões para financiamento climático, que partiu de um grupo de economistas”, disse Marina Silva.

Agencia Brasil

Este artigo foi originalmente publicado no site da Agência Brasil, com permissão para reprodução, citando a fonte.

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