Famílias do MST são despejadas antes de prazo acordado, segundo movimento – Brasil de Fato
Centenas de famílias camponesas foram despejadas de uma área na região metropolitana de Teresina, capital do Piauí. O acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estava montado desde o início do mês no município de Nazária.
O Brasil de Fato teve acesso à decisão da 4ª Vara Cível da Comarca de Teresina que determinou a reintegração de posse do local e deu 15 dias para acampados e acampadas deixarem o local. Segundo o MST, a decisão foi informada no dia 15 de abril por um oficial de justiça.
No entanto, na quinta-feira passada (24), uma nova liminar foi proferida, determinando a saída imediata das famílias do local. A reportagem entrou em contato com a justiça do estado sobre os motivos da mudança no prazo, mas não obteve resposta.
A ação da Polícia Militar (PM) do estado para retirada dos camponeses e camponesas do local ocorreu nesta segunda-feira (28). Os agentes chegaram ao local em veículos e a cavalo. A reportagem mandou e-mail para a Secretaria de Segurança do estado, mas, novamente, não houve retorno.
“Nós contávamos que teríamos ainda hoje e amanhã para sair”, afirmou Francisco de Souza, da direção nacional do MST no Piauí. “Como fomos pegos de surpresa e chegou um aparato considerável da segurança do estado, a única possibilidade que nos restou foi retirar o acampamento e ocupar as margens da PI 130”, explicou ele.
As famílias montaram um novo acampamento às margens da rodovia. Entre as cerca de 800 pessoas do grupo estão crianças e idosos. O grupo pede que as terras até então ocupadas sejam destinadas à reforma agrária.
Ainda de acordo com o MST, a área faz parte da Fazenda Mangal. O movimento ressalta que a terra está improdutiva e em situação de abandono.