Nem Guardiola explica, erros da arbitragem e desafios do futebol brasileiro
Everton Ribeiro com o árbitro na Fonte Nova –
Minhas condolências aos familiares do goleiro Manga, meu colega na Copa de 1966.
O futebol é um esporte repleto de incertezas. A mesma tática que é aplaudida nas vitórias pode ser amplamente criticada nas derrotas. A cada jogo, as opiniões e avaliações mudam. Um momento de erro técnico, tático ou mesmo um grande equívoco do árbitro pode alterar significativamente as performances e os resultados.
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No último final de semana, o Cruzeiro teve um jogador expulso de forma equivocada logo no início do jogo contra o Inter, enquanto o Palmeiras conquistou uma vitória por 2 a 1 sobre o Sport em um pênalti polêmico marcado nos minutos finais. O técnico Zubeldia, do São Paulo, tem razão ao reclamar pela não expulsão do zagueiro Lyanco e pela expulsão de Carelli na partida contra o Atlético-MG, mas sua atitude agressiva em relação ao árbitro não é justificável.
Desafios da Arbitragem
Ainda há dificuldades para que os árbitros brasileiros consigam distinguir quando um braço toca na cabeça do adversário ao tentar cabecear e quando um braço é propositadamente usado para atingir o jogador do time rival. Além disso, eles ainda não conseguem diferenciar um toque acidental da bola no braço dentro da área de um pênalti em que o jogador se utiliza da mão para tocar a bola.
As arbitragens deficitárias, campos em péssimas condições, um calendário inadequado, a violência e outros problemas seguem sem solução no futebol brasileiro. A CBF, assim como os dirigentes das federações, clubes, investidores e profissionais do esporte, permanecem insensíveis a essas questões, priorizando apenas o lucro.
Rodrygo e Vini Jr. durante um treino da Seleção Brasileira
Existem diversas formas de vencer e perder. No futebol brasileiro, é comum que se confunda a formação tática que conta com três meio-campistas, que alternam entre marcar, construir e atacar, com a formação tradicional que possui dois volantes defensivos e um meia responsável pela criação.
A seleção brasileira não precisa de um centroavante, pois já conta com três artilheiros (Vini, Rodrygo e Raphinha). O que o time realmente necessita é de mais um meio-campista de alto nível.
Com o retorno de Gerson, Arrascaeta e Pedro, o Flamengo se torna muito mais forte. Entre os treinadores que atuam no país, tanto brasileiros quanto estrangeiros, eu escolheria o jovem Filipe Luís para ser o técnico da seleção, apesar do risco de estar errado devido à sua limitada experiência. O futebol vai muito além do que nossa pretensiosa compreensão pode abranger.
O efeito Scaloni na Argentina
O jovem técnico Scaloni nunca havia dirigido uma equipe antes de conduzir a Argentina ao título mundial. A seleção alemã apresentou uma melhora significativa sob o comando do jovem treinador Julian Nagelsmann, de 37 anos, que é mais novo que Filipe Luís, de 39. A seleção espanhola, campeã europeia, é treinada por Luis de la Fuente, que, apesar de não ser jovem, obteve grande sucesso após um longo período à frente das categorias de base da Espanha.
No último final de semana, o clássico entre Manchester City e Manchester United terminou em um empate sem gols, em uma partida de baixo nível. O City repetiu as atuações ruins que têm caracterizado a temporada, enquanto o United continua a apresentar um desempenho insatisfatório há bastante tempo. Apesar das mudanças na equipe do City, há muitas dúvidas sobre as razões por trás da queda drástica da equipe, já que a estratégia permanece inalterada. Nem mesmo Guardiola conseguiu explicar.
*Tostão é cronista esportivo e foi jogador nas Copas de 1966 e 1970.