Palmeiras reencontra Cerro após racismo contra Luighi; veja o que mudou desde então
Há pouco mais de um mês, Luighi expressou sua dor ao denunciar o racismo que enfrentou durante uma partida entre Palmeiras e Cerro Porteño na Libertadores Sub-20. O jogador foi ofendido com termos racistas, como “macaco”, por torcedores paraguaios, enquanto o Palmeiras venceu por 3 a 0. Nesta quarta-feira, às 21h30 (horário de Brasília), as duas equipes se reencontrarão em um jogo profissional, mas o Cerro Porteño ainda não tomou medidas efetivas para conter esse tipo de comportamento.
O Cerro Porteño foi penalizado pela Conmebol com uma multa de US$ 50 mil (aproximadamente R$ 290 mil) devido aos incidentes racistas e teve que jogar o restante da Libertadores Sub-20 com portões fechados. Além disso, a Conmebol exigiu que o clube lançasse uma campanha antirracista em suas redes sociais com o lema “O futebol nos une. O racismo nos divide”, no último dia 11 de março.
Desde então, porém, o Cerro não implementou novas medidas significativas contra o racismo. Em resposta, a Conmebol formou uma força-tarefa dedicada a combater o racismo, a discriminação e a violência no futebol, com representantes de várias confederações e países sul-americanos, liderada por Ronaldo Fenômeno.
Partida entre Palmeiras e Cerro Porteño-PAR, parte da segunda rodada da fase de grupos da CONMEBOL Libertadores Sub-20, no estádio Gunther Voge, em Asunción-PAR. (Foto: Fabio Menotti/Palmeiras/by Canon)
Foto: Fabio Menotti/Palmeiras
Ao serem sorteados para a fase de grupos da Libertadores, o Cerro Porteño emitiu um comunicado afirmando que tomará “todas as medidas de segurança e prevenção necessárias para garantir um ambiente pacífico, livre de violência ou discriminação, assim como sempre foi feito”. O clube também enfatizou que está realizando várias investigações em colaboração com instituições governamentais e promovendo a conscientização dos torcedores, em resposta às punições anteriores da Conmebol.
Em meio a críticas da presidente Leila Pereira, que chamou as sanções ao clube paraguaio de “brandas”, Juan Carlos Pettengill pediu respeito ao Palmeiras. Ele declarou: “Dentro da civilidade do futebol, espero que sejamos bem recebidos pelo Palmeiras. Recebemos o Bolívar e foram muito bem tratados”, em entrevista à rádio ABC Cardinal.
Na partida desta quarta-feira, no Allianz Parque, está programada uma “ação especial” da Conmebol, similar à do jogo anterior. Os jogadores se posicionarão no centro do campo para transmitir uma mensagem clara de repúdio a todas as formas de discriminação, racismo e violência.
Na véspera do confronto, a Conmebol também lançou a segunda parte de sua campanha antirracismo. Nesta terça-feira, a entidade divulgou um vídeo nas redes sociais, com a participação de 11 atletas sul-americanos, mas sem a inclusão de representantes do Palmeiras ou do Cerro Porteño.
“Futebol é paixão, união e respeito. Vamos continuar construindo um futebol livre de racismo, violência e discriminação. Junte-se a nós”, diz a mensagem da entidade. No entanto, na última semana, torcedores de Palmeiras e São Paulo foram alvo de ataques racistas durante a primeira rodada da Libertadores.
Um torcedor do Sporting Cristal foi registrado imitando um macaco em direção à torcida do Palmeiras na última quinta-feira. Um dia antes, uma cena semelhante foi vista em Córdoba, Argentina, onde um membro da torcida do Talleres fez o mesmo em direção aos torcedores do São Paulo.
A Conmebol informou que abrirá um expediente disciplinar para investigar o caso da partida envolvendo o Palmeiras, e documentos estão sendo coletados atualmente. Em relação ao jogo do São Paulo, a entidade também foi acionada para iniciar um procedimento disciplinar.
